Pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) aponta que a taxa total de empreendedorismo no Brasil atingiu seu maior índice
A taxa total de empreendedorismo no Brasil atingiu, em 2014, o seu maior índice de todos os tempos. De acordo com a nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, essa taxa de empreendedorismo saltou de 23%, em 2004, para 34,5%. Metade da taxa corresponde aos empreendedores novos – com menos de três anos e meio de atividade – e a outra metade, aos donos de negócios já estabelecidos há mais tempo.
“Quando comparado com os países que compõem o Brics, o Brasil é a nação com a maior taxa de empreendedorismo, ficando quase oito pontos percentuais à frente da China, com uma taxa de 26,7%”, ressalta o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. A Índia tem uma taxa de empreendedorismo de 10,2%, a África do Sul de 9,6% e a Rússia de 8,6%. O número de brasileiros que já têm uma empresa, ou que estão envolvidas na criação de uma, é superior, também, a países como Estados Unidos (20%), Reino Unido (17%), Japão (10,5%), Itália (8,6%) e França (8,1%).
De acordo com o presidente do Sebrae, essa alta taxa de empreendedorismo demonstra que, além de mais empreendedores permanecerem no mundo dos negócios, mais pessoas veem no empreendedorismo uma oportunidade de vida e vêm trabalhando para conquistar o sonho de serem seus próprios chefes. “Esse valor recorde pode ser atribuído, também, ao incremento do número de formalizações que temos presenciado nos últimos anos e às melhorias no ambiente legal, como por exemplo, a criação e ampliação do Supersimples”, afirma Barretto.
Nessa última edição da pesquisa GEM, ter o seu próprio negócio continua sendo o terceiro maior sonho do brasileiro, mas pela primeira vez o número de pessoas que almejam se tornar o seu próprio chefe é praticamente o dobro das que desejam fazer carreira numa empresa. Enquanto 31% dos brasileiros querem montar um negócio, 16% querem crescer dentro de uma empresa. Os primeiros sonhos dos brasileiros são comprar a casa própria (42%) e viajar pelo Brasil (32%).
A pesquisa ainda revela que a cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio no Brasil, 71 são motivados por uma oportunidade de negócios e não pela necessidade. O presidente do Sebrae explica que esse índice vem se mantendo estável nos últimos anos, mas que ele implica diretamente na qualidade do empreendedorismo brasileiro. “O empresário atual abre uma empresa porque vê uma oportunidade e investe naquela ideia. Ter uma empresa porque não se tem uma ocupação não é mais o principal fator”.
A GEM
A pesquisa GEM é parte do projeto Global Entrepreneurship Monitor, iniciado em 1999 com uma parceria entre a London Business School e o Babson College, abrangendo no primeiro ano 10 países. Desde então, quase 100 países se associaram ao projeto, que constitui o maior estudo em andamento sobre o empreendedorismo no mundo. Em 2014, foram incluídos 70 países, cobrindo 75% da população global e 90% do PIB mundial. Foram entrevistados 10mil pessoas, entre 18 a 64 anos, residentes nas cinco regiões do país.
– A Pesquisa consiste em um levantamento domiciliar conduzido junto auma amostra representativa de indivíduos da população de 18 a 64 anos do país. Os dados obtidos fornecem as informações quantitativas sobre a parcela da população envolvida com o empreendedor. Foram ouvidas 10 mil pessoas, 2 mil por região.
– Na metodologia da pesquisa GEM, os empreendedores são classificados como iniciais (nascentes e novos) e estabelecidos.
– Os empreendedores nascentes estão envolvidos na estruturação de um negócio do qual são proprietários, mas que ainda não pagou salários, pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três meses.
– Já os empreendedores novos administram e são proprietários de um novo negócio que pagou salários, gerou pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três e menos de 42 meses.
– Os empreendedores nascentes e novos são considerados empreendedores iniciais ou em estágio inicial.
– Os empreendedores estabelecidos administram e são proprietários de um negócio tido como consolidado, que pagou salários, gerou pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses (3,5 anos).
ESTÁGIO
MOTIVAÇÃO
MENTALIDADE
EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE SEGUNDO OPORTUNIDADE
EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EMPREENDEDORA SEGUNDO ESTÁGIO DA EMPRESA
Fonte: Agência Sebrae